Monday, February 15, 2016

IN DEPTH INTERVIEWS: Week of 15 February 2016

Interview with Sónia Robalo and Christine Coates


Christine Coates é um poeta com base Cape Town que tem um grande interesse em preservar a história pessoal e poesia é a sua plataforma escolhida para expressar pensamentos. Christine fala sobre seu amor por contar uma história única através da poesia e como a antologia BNAP leva de volta para o ex-presidente Sul-Africano, o sonho de Thabo Mbeki de um Renascimento Africano.

 ‘I’ve always loved reading stories and poetry, says writer Christine Coates whose poetry has been featured in the Best New African Poets (BNAP) Anthology, “I have a creative urge and this led me, together with my love of reading, books and art, to wanting to express myself in poetry and story. I wanted to tell my story, write about the world I inhabit.’ Influenced by many writers, Christine learnt that she needed to make time and space for herself as a writer. ‘Emily Dickinson’s unique and secret voice urged me – doing what she had to do or she would die. Mary Oliver’s nature poetry inspires me, Anjtjie Krog teaches me to express my anger, my rage boldly. I love some of the newer American writers like Rae Armantrout, or a Danish poet like Inger Christensen. I love discovering new (to me) poets. Doing a Masters in Creative Writing gave me structure and the encouragement to tell my story my way. Reading is what changes my writing most – I began to find my own voice, began to trust my own story, began writing from what I know. I believe we all have a creative urge but we need to find an outlet for it. Everyone has a unique story – it’s all we really have. I love widely reading other poets and I study all the time.’

We have really only our unique story – and the BNAP anthology is a lovely gathering of unique voices. There are stories here – sad, hopeful, angry, disappointed, happy stories. We must tell our stories if we are to recover. Collectively, telling our stories helps us meet each other over the stretch of the continent. As they say African is continent not a country, but it is a country too. This anthology makes me feel that – one with my countrymen and women. Poets are witnesses and voices – sometimes we are lone voices that cry out in the desert, but I believe we can effect change. There are many wonderful poems and poets in this anthology. “Inside Timbuktu” by Lekpele M Nyamalon struck me as it echoed what I said about stories. Timbuktu is mentioned elsewhere in the anthology. It resonates with South Africa’s ex-President Mbeki’s dream for an African Renaissance and his vision to save the Timbuktu manuscripts. Now they are destroyed and, as the poet says, “Timbuktu – we need you”. We need poetry and stories to save us. I also loved Idara Idemeko’s idea of memory and the Diaspora; “I could not remember not because I forgot,/but because I was a stranger in my mother’s land./And yet I was home”.  And her “Filing Cabinets and Smoked Peppers” – a beautiful and sad portrait, “a song for the broken”. I loved the litany of the “I am” in Ohioleh Osadebey’s “I Have Learned to Boast like My Fathers”, and his “The Thing I’d Love to Tell My Father”. I loved the images in Aaron Brown’s “N’Djamena Morning” – the sun shining in patches through the trees – “the trees with needle-thin leaves/and Moussa tuning the radio”. Also his poem “Twin” struck me deeply. I loved the bravery of Taijbet Nyobi’s “Bold Fade” – “…the open wound/became a mouth that could talk back/became a shelled muscle that spilled pearls/became oceanic enough to hold rage and sadness/became mine”. There are many other gifted poets and strong voices.’

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Sónia Robalo, who stays in Fundão, Portugal, talks of what drives her poetry, she laughingly tells of how both excessive happiness and sadness are the drivers of her creativity. Her mother immersed her into poetry at young age, she confides in us how her soul is Angolan and her heart is Portuguese, thus she uses these two cultures to fashion her stories.


Há quanto tempo você está no jogo para a poesia?
Tenho, uma relação muito especial com os livros, desde que me recordo de ser “gente”.
 Tive a sorte de ter uns pais que sempre me incentivaram a ler. Levavam-me a bibliotecas e às melhores livrarias com muita frequência.
 Escrevo poesia, como escrevo prosa…tudo depende ao que me proponho fazer e ao meu estado de espírito no momento.
 Existem duas razões básicas para eu escrever poesia: ou por excesso de felicidade ou por excesso de tristeza (risos).
 As Almas infelizes são capazes de criar as maiores obras literárias. Talvez porque o ser humano aprecie um bom drama.
 Sempre li poesia, mas senti-la na sua verdadeira essência?!...
 Talvez tenha despoletado a minha veia poética criativa com o meu primeiro desgosto de amor ( risos).


Que tipo de poesia/ storytelling tradição existe na sua cultura/país e que isso teve qualquer influência na sua escrita?
A minha Alma é Angolana e o meu Coração é Português. Sinto-me assim.
 Essa mistura influenciou não só o meu DNA, mas acima de tudo a minha visão das coisas.
 As duas culturas influenciam constantemente a forma como percepciono o que me rodeia e por conseguinte a forma como escrevo.
 A poesia Angolana é o espelho da sociedade Angolana. Os poetas tentam, com esta arte, chamar a atenção do que se passa à sua volta.
 É uma poesia que “arranha” constantemente a situação socio-politica que o país vive.
 A poesia Portuguesa transporta-nos para uma realidade um pouco diferente. O panorama socio-politico é diferente, pelo que a tónica de quem escreve poesia é diferente de um poeta Angolano. Embora se possam de alguma forma cruzar em certos âmbitos.
 A poesia Portuguesa é muito virada para o amor e tudo o que este transporta enquanto sentimento.
 Obviamente, que a forma como escrevo, tem influência directa destas duas culturas.


Que influências ( por exemplo HipHop, batida da poesia) urbano influenciaram sua escrita?
Todos os acontecimentos que me rodeiam têm uma influência relevante naquilo que escrevo. Seja na prosa ou na poesia. Escrevo sobre o que vejo à minha volta, o que sinto, o que percepciono. Gosto de escrever sobre sentimentos, vivências. Gosto de escrever sobre o amor.

Qual estilo de escrita ( verso livre, lírica etc) você inclinar-se para?
Tenho uma predição por versos livres. Os chamados versos irregulares, que não possuem restrição métrica.
 Prefiro não me basear em critérios pré - definidos, mas sim em decisões intuitivas ou em normas criadas por mim.
 Talvez isso aconteça pela afinidade que tenho com a prosa.

Quais escritores que influenciaram a sua escrita?
São muitos os Escritores/ Poetas que me influenciam.
 - Florbela Espanca
 -Carlos Drummond de Andrade
 -Martha Medeiros
 -Clarice Lispector
 - Pablo Neruda
 - Mia Couto
 - Alda Lara
 - Ernesto Lara…
Inspiram-me fortemente.

Como é que o status de imigrante/ expatriado/ refugiados influenciado você está escrevendo?
Claro que as minhas raízes estão sempre presentes no que escrevo. Não só na poesia, mas nos livros que escrevo, nos artigos para jornais, nas crónicas…em tudo. Não posso fugir do que sou, e isso, influência a minha forma de ver os factos.
Não me perco nos mitos do tempo, porque nunca me esqueço de onde vim.As minhas origens estão sempre na minha memória…e nos meus horizontes também.
Transporto a saudade do que vivi e do que fui para o agora. Essa transição, entre duas culturas diferentes, marcou-me, mas nem por isso de uma forma negativa. Sinto-me filha de duas“mães” e aproveito essa mais valia a meu favor.

Conte-nos sobre os seus poemas em BNAP e se você já leu a antologia em tudo, o que você golpeou sobre ele?
The Best “ New” African Poets 2015 Anthology enche-me de orgulho.
Primeiro, por mostrar o talento Africano. Pessoas diferentes, com vivências diferentes, mas com algo em comum…o gosto pela escrita. Incorporamos o espírito Africano que nos une às diferenças que também nos acabam por unir…SOBERBO.
Existem lugares no mundo cuja história ficou marcada por largos períodos de luta e sofrimento. Que continuam a viver nesse registo até hoje. Um desses lugares chama-se África.
E nós…os seus filhos, fomos chamados para que de alguma forma acendêssemos a chama do espírito humano colectivo. E não é para esse despertar que serve também a poesia?
Desenvolveu-se uma forma de expressão artística de excelente qualidade, que ficará registada como uma herança que perdurará no tempo. Muito nossa. Muito Africana, mas com a globalização bem presente em cada um de nós.
Os meus poemas, são a minha pequena contribuição para esta grandiosa obra que envaidece a todos nós que amamos a nossa África.

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3 comments:

  1. Li. Gostei. Conheci um pouco mais as co-autoras.

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  2. yes Soberano, that's the idea of these interview series, thank you for your comment

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  3. One of the must sensitive person in her way to Wright the hart and soul of the African-Angolan people!
    Is wonderful cause she talk to you directly from the writer words! strength to your hart! Thank you Ms.Sonia Robalo!

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