Wednesday, February 3, 2016

Em Série Entrevista Em Profundidade : Semana 01 de Fevereiro


Entrevista com o Soberano Canhanga

Tariro Ndoro: Há quanto tempo você está no jogo para a poesia
Soberano Canhanga: Escrevo poesia desde principios da década de noventa do século pasado. Porém, o lado artístico surge mais tarde quando passo a usá-la como forma de expressão das minhas captações sociais que não encontravam espaço na prosa jornalística que é a minha profissão.
 
TN: Que tipo de poesia / storytelling tradição existe na sua cultura / país e que isso teve qualquer influência na sua escrita?
SC: Os verdadeiros poetas de todo o mundo são livres na sentir e no dizer. Assim é em Angola. Marcou o meu período de afirmaçao intelectual a poesia épica de exaltação aos feitos patrióticos bem como a lírica com as suas “canções” à esperança por dias melhores. O Amor e a Pátria juntavam-se num mesmo gérero. Isso foi fundamental para despertar o meu lado artístico que andava incubado.

TN: Que influências (por exemplo, hip hop , batida da poesia ) urbano influenciaram sua escrita?
SC: Os versos e as estrofes da poesia dos anos oitenta e noventa do sáculo passado davam corpo à música mais difundida pela Rádio. Era o que formava a nossa consciência de novos cidadãos do país ainda emprionário. Os versos cantados forjaram homens que travaram ventos...

TN: Qual estilo de escrita ( verso livre , lírica etc) você inclinar-se para ?
SC: Embora tente nalguns textos exprimir-me de forma conservadora, seguido a harmonia e a rítmica que marcou a poesia do século XX, é na liberdade do verso que mais me encontro. Para mim, a poesia nada mais é senaºao a conituidade da prosa e, sobretudo da crónica. Sou um cronista. A poesia serve para dizer, às vezes, em poucas palavras o muito que não cabe numa crónica. É o refúgio silencioso de quem tem muito por dizer.

TN: Quais escritores influenciaram sua escrita?
SC: Sou  um leitor heterodoxo, tendo lido Textos de Camões, Fernando Pessoa, Alda Lara, Noémia do Espirito Santo, Agostinho Neto, Alexandre Dáskalos, Aires de Almeida Santos, entre outros lusófonos. É essa imensidão do secular verso lusófono que me influencia e vai continuar a fazê-lo.

TN: Como é que o status de imigrante / expatriado / refugiados influenciado você está escrevendo?
SC: Não taxativamente o estatuto de imigrante ou refugiado. É a condiçao de ter chegado à grande cidade de Luanda na condição de deslocado (emigrante interno)que despertou em mim a necessidade do registo das captaçoes sensoriais e emocionais. Tornei’me um coleccionador de cenas do quotidiano e, à certa altura, senti a necessidade de ir registando em versos ou prosa, aquilo que era o país do meu tempo. É também uma forma de fazer história.
TN: Conte-nos sobre seus poemas em BNAP e Se você já leu a antologia em tudo, o que você golpeou sobre ele
SC: Ainda não li o livro. Lembro-me ter remetido três textosversificados que acabaram aprovados. Se bem me lembro, um é Mano Décimo e o outro é À hora do grito. Mas há um terceiro de que já não me lembro o título.

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1 comment:

  1. Com algumas pequenas incorrecções ortográficas, aí está o essencial do autor. Bem haja.

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